terça-feira, 20 de julho de 2010

O Grito







Na calada da noite um grito

Terror, pânico, sangue e desespero

Uma gélida agonia em meu peito

Que me sufoca, que me mata

Mata quem eu não conheço

Facas, velhos que procuram mortos

Estilhaços, sangue, dor

Agonia, agonia!

Ao nascer do sol outro grito

Pálido e breve

Mudas palavras

Gritei, acordei!

Quem são essas pessoas?

Porque invadem meus sonhos?

Porque os tornam pesadelos?

No desejo da descoberta, Volto a dormir.

(Álvaro Albuquerque 22/08/06)

**Achei esse texto perdido por aqui, lembro que eu acordei, escrevi e dormi...


sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Buarque

O Meu Caro Amigo, através de suas Tantas Palavras, foi fundamental na Construção da cultura brasileira.
Com seus Chorinhos, Valsinhas e Bolero-Blues, Chico conseguiu, Na Carreira brilhante que conquistou, a Maravilha de estar no Cotidiano das pessoas e nunca deixar que A Banda
parasse de tocar.
Pois é, A cultura brasileira deve muito ao Velho Francisco, um Buarque Sob Medida.


O texto acima eu escrevi em Novembro de 2007 para um concurso que pedia para escrever algo sobre a contribuição de Chico Buarque na cultura brasileira. As palavras pintadas, para quem não conhece, são músicas de sua autoria. Não ganhei o concurso, mas guardei o texto.


Revivo então essa singela homenagem para demonstrar minha admiração por esse cara fantástico e que comemora nesse 19/06/2010 seu aniversário de número 66.

Parabéns, Buarque!

Álvaro Albuquerque

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Insônia











Um belo dia o sono não bateu em minha porta.
Já havia recolhido-me ao nosso local de encontro e, na escuridão, esperava sua sonoléptica visita.
Posições mil exploradas no colchão macio
Variações de pensamentos que chegam ao ápice no quantitativo de ovinos saltadores
Nada adianta
Hoje o sono pegou no sono.
Terá sono, o sono?
Será que sonha com minha insônia?
Serei eu, nesse momento, parte desse sonho?
Se assim o fosse, sentiria sua presença, mas por um momento não sei mais como é sentí-lo.
O brando quebrar das ondas que ouço por detrás de minha janela sempre me servira de acalanto. Mas não hoje!
Hoje a fúria do mar tenta despertar o que sequer adormeceu, e na longínqua linha do horizonte, um forte e brilhante fio luminoso me avisa que mais um dia está a nascer.

(Álvaro Albuquerque - 13/06/2010)

sábado, 3 de abril de 2010

Olha lá...










Vem ver!
vê, vem!
foi... viu ?
viu, foi ?

passou!
não ficou!
não voltou!
voltará ?
será?

vem vindo!
avistou ?
chegou mudado!

analisou ?
valeu?
surpreendeu ?

vai lá!
lá vai!
pensar?
pra quê?
vai junto!

(Álvaro Albuquerque - 3/04/2010)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Inspiração








Olho para a imensidão branca no papel em minha frente
Giro atordoado em busca de inspiração
...Nada encontro
Um simples tema para o desenrolar de uma construção
...Nada vem
Não sei se pelo vazio em minha mente, ou, ao contrário, pelo bombardeio de possibilidades
O fato é que me sinto como um poço que há tempos anda seco
De longe equiparando-me, mas fico a pensar se Buarques e Jobins por isso também passavam
A caneta faz desenhos sem sentido e me distrai com rodopios entre minhas falanges
AGONIA!
Grito por dentro como um alcoólatra portando uma garrafa sem conteúdo nas mãos
Tornei-me eu um dependente das palavras?
Sinto-me mal por não tê-las a hora que bem quero
Espera!
A imensidão, antes branca, já não se encontra tão branca assim
Foi preenchida no desespero de tentar preenchê-la
Um azul esferográfico delineia uma caligrafia não muito bela
Que se aperta nos parágrafos
Que arrodeia as rasuras
Mas, acima de tudo, revela que a obra poética nasce quando tem de nascer
Nasce do nada, por nada, de nada
Nasce do tudo, por tudo, de tudo
Fico, então, à mercê de tais momentos

Inspiração, tens em mim um parceiro!
Alimenta meu vício
Que eu estampo tua face em meu papel

(Álvaro Albuquerque – 22/02/2010)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Acorda, que o céu quer falar!








Noite quieta
Escuridão
Até então
Flashes de um céu que fotografa
Ilumina a esfera celeste
Ilumina a imensidão terrestre

Quer falar conosco
Mas todos dormem
Como fazê-lo?
Troveja forte
Traz à janela os olhos tantos
Tantos tão amedrontados
Outros tão maravilhados
Sonolentos, porém vivos
Alguns um pouco preocupados

Cargas opostas perpassam a rigidez dielétrica do ar
E os grandes coriscos unem-se aos tantos pensares reflexivos

Fantástica e violenta natureza
Bruta, formosa e bela
Responde à carência não suprida
E aos maus tratos sofridos por ela

Mas não atestemos o óbito da esperança
Ao contrário, mais flashes hão de ter
De um céu que registra um mundo belo
E troveja alegre pelo que vê
Sonhemos com isso então
Voltemos a dormir e façamos acontecer.

(Álvaro Albuquerque - 19/01/2010)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Seja Bem-Vindo, Ano Novo!











E assim, mais um ano finda
Acabara de nascer e já vai se despedindo
Ele, que já foi o futuro, ha pouco era presente e agora vira passado, transforma-se n’uma gigantesca colcha de acontecimentos que muito em breve serão meras lembranças

Um dezembro festivo, comemora o nascimento de Jesus, assim como o ano que vem chegando
Um dezembro nostálgico, mescla essa alegria com a tristeza do ano que se vai

Uns tornam-se ‘bonzinhos’ repentinamente
São presentes, palavras bonitas e votos de felicidade
Muitos querem esses votos de volta... na urna.
Pessoas são fábricas de dinheiro para grandes empresários
O bom velhinho e suas belas renas voadoras levam todo nosso dinheiro ao Pólo Norte

Mas pensemos também nos prós sobre os contras
A coragem do perdão que sai detrás do orgulho e reconstrói famílias
A solidariedade que aflora em forma de caridade e traz nem que pouco à quem nada tem
O abraço apertado de quem gostamos seguido da expectativa em relação ao que sucede as 23:59:59 do dia 31/12

Tenhamos fé e sigamos em frente com o pensamento positivo, desejando somente coisas boas

Que a estúpida matança à própria espécie extirpe-se deixando-nos viver até quando mereçamos
Que nossa consciência ambiental evolua permitindo-nos maior usufruto do mundo
Que o mundo se una com um propósito homogêneo independendo de cor, religião ou classe social.
Que o ano que se distancia leve consigo o preconceito tolo e as perversidades do homem
Que reine então a paz; que sejamos mais saudáveis; que exista literalmente o amor e não apenas a banalização de sua palavra.
Que todos os nossos sonhos realizem-se e possamos realizar o sonho de quem bem queremos.

E que assim, possamos estourar muitas garrafas de champanhe, fazer muitas contagens regressivas, pular muitas ondas, e quaisquer que sejam as tradições.

Seja bem-vindo, Ano Novo!

(Álvaro Albuquerque – 23/12/2009)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O 'ento'

De vento em vento
Invento...
Me sento, penso
Me contento, ou tento
O vento bento
Vem sonolento
E lá no relento
Junto ao rebento
Naquele momento
se perde no pensamento...

(Álvaro Albuquerque 19/12/2008)

domingo, 30 de novembro de 2008

Estranho ímpar









Todo ser humano é um Estranho ímpar
Como Drummond veio a observar
Mas basta que se olhe no espelho
E o que era ímpar, vira par

(Álvaro Albuquerque 30/11/2008)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Rotina











Manhã cedo sou preguiça
Elastificam-se os meros minutos
Deles em eles, esgotam-se enfim
Abandono a horizontal e tenho-me em pé
O cambaleio traça um traçado torto
E me leva até mim mesmo
No espelho
Um eu descabelado faz a higiene bucal
Me coloco em baixo daquela fria água
Que me desperta como um baque
Findo aquele banho, na tremedeira enxugo-me
A vestimenta me reveste
O relógio já manda que me apresse
Café com pão eu engulo
Carteira, chaves, pressa...
O Trânsito faz doer os joelhos, ouvidos e cabeça
Chegando onde mora o conhecimento
Faço o intercâmbio de informações
Com intervalos que alimentam o ócio
Alimento minha pessoa
E então, o dever me chama
A labuta que cansa
Que remunera
Que ensina
Que engrandece
Tardezinha é o retrospecto
Enfrento aquele que 'faz doer os joelhos, ouvidos e cabeça'
Sem pressa, uso as chaves, jogo a carteira
A água agora é quente e sonolenta
A vestimenta é cambiada
A higiene é feita por um eu menos descabelado
Abandono a vertical e me tenho deitado
Os minutos agora elastificam-se em pensamentos
Que viajam por minha mente
E no desejo de recomeço
Adormece.

(Álvaro Albuquerque 05/11/2008)

domingo, 24 de agosto de 2008

Escreve...









Constrói teus dizeres no desenho das letras que para ti tenham sentido
Ou o faz sem o ter
Pelo simples prazer de tê-la pronta, prepara tua obra como quiseres
Usa e abusa da liberdade poética e não te prende, nem te perde na busca da perfeição

Incorpora-te a ti próprio no papel
Ou quem for de teu agrado
Coloca tua idéia de forma escancarada ou deixa subentendido
Esconde nas entrelinhas teus recados individuais

Se der vontade de rimar
Rima a vontade, se der
Mesmo que empobreça teu texto
do cabeçalho ao rodapé

Se nada queres dizer
Nada diga

...

Reticências nos levam ao infinito
Deixa que nos levem
Vamos com elas
E quando achar que deve...
No meio de todas as exclamações!
Ou das interrogações?
Ou no meio de 'Çedinhas', cifrõe$, asterisc*s, trëmas, e demais simbologias
Mete um ponto final.

Álvaro Albuquerque 24/08/2008

sábado, 16 de agosto de 2008

A Chuva









Chuva que cai e molha o chão
Que espalha o cheirinho de terra molhada
Chuva que cai e molha a flor
Que logo é dada para a mulher amada

Chuva que cai e molha o teto
E por eiras e beiras vem
Chuva que cai e molha o sem-teto
Que "nem eira nem beira" tem

Chuva que bate na janela
Que não nos deixa levantar
Que nos prende sobre a cama
E não nos deixa acordar

Chuva que vem lá do céu
Fronte ao sol ela cai
Chuva que forma o arco-íris
Que tem tesouro para quem lá vai

Chuva que apaga
Chuva que é bem-vinda
Chuva que destrói
Chuva que anima

Chuva que banha
Chuva que afoga
Chuva que atrapalha
Chuva que renova

Chuva que rima
Ou, como essa, que não
Que cai de pára-quedas
Sem motivo algum

Chuva que molha o cavalinho
Se não o tirarmos de lá
Chuva até em bolinhos
Que deixa o cheirinho no ar

Chuva que chove no molhado
Que aumenta a poça que se formou
Que obriga-nos a pedir que pare
De molhar nosso divino amor

Chuvinha
Chuvisco
Chuvão

Tempestade
Relâmpago
Trovão

Chuva que evapora
Que volta a subir
E que após um passeio lá no alto
Noutras cabeças tende a cair

(Álvaro Albuquerque - 16 de agosto de 2008)

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Palavras...








Interesante são as palavras
Não fossem elas, o que seria interessante?
'Interessante' nem existiria
Alias, nada existiria
Pois 'existir' ninguém conjugaria

A gente brinca com as palavras
Ou elas brincam com a gente...
seja palavrinha
seja palavrão
seja ela fina, ou não
Basta ser palavra

Quando se unem, têm o poder
Podem fazer rir ou chorar
Podem aflingir ou acalmar
Nada temem, tudo podem

Analfabetos têm de conviver com elas
Mesmo que sem sentido para eles
Mesmo que pareçam meros desenhos

As palavras nos acompanham por toda a vida
Desde nossa certidão de nascimento
Até nosso atestado de óbito,
Permanecendo vivas até quando jazemos
Se fazem presente em nosso epitáfio

A palavra nos constrói, nos destrói
Se desenvolve, se desfaz
E,com um pouco de criatividade, Se Refaz

(Alvaro Duarte - 18/07/2008)

sábado, 7 de junho de 2008

La Vie Est Belle

Era noite no amanhecer do pensamento
Onde o dia não quis raiar são
As ideias se foram com o vento
Onde a luz protegi com a mão

Era um dia como outro, então
Mas o céu se mostrava vazio
Como se ele fosse meu coração
E nele faltasse um ladrilho

Como a mãe sente falta de um filho
De podê-lo em seu colo acolher
De mimá-lo como um gatilho
Até que ele possa adormecer

Outro dia se impõe a nascer
Dessa vez me pedindo uma chance
Para que assim possa sobreviver
Sem que eu o impeça que avance

Deixo então que a luz me alcance
E o dia saia então do papel
Olho para o céu de relance
E em minhas mãos vejo um troféu

Eu nunca estive ao leu
Pois todo o vazio estava em mim
Tapei os meus olhos com o véu
Que fiz com meu próprio cetim

Pois a vida é bela, sim
Basta que a gente saiba apreciar
Como no céu, um Zepelin
No alto esteja a pairar

À ela devemos amar
E é nela que vamos ter fé
Todo dia a abrilhantar
E que seja como ela quiser

(Álvaro Albuquerque 25/03/2008)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

As linhas movem o mundo...








Seja a do equador fazendo a inevitável divisão de rico e pobre;
Sejam as linhas de força na física mostrando a complexidade de tudo ao nosso redor.
Seja a linha do horizonte que se perde próximo ao crepúsculo vermelho-alaranjado e ativa a nossa linha do raciocínio;
Seja esta que nos leva às reflexões inefáveis e aos devaneios simbólicos e filosóficos na busca de desvendar os mistérios do mundo.
Sejam as linhas telefônicas que trazem o longe para o perto e aliviam a saudade de quem não está presente ao seu lado.
Seja a linha do trem, que ultrapassa fronteiras com um único destino, assim como as linhas de Deus que, tortas ou não, descrevem a linha da vida, podendo ser esta curta ou longa, difícil ou não e, dentro dessa trajetória, nos guia à única certeza que temos:
O fim da linha.

(Álvaro Albuquerque 02/03/2005)

terça-feira, 25 de março de 2008

O que fazer agora?

O que fazer agora?
Quando tudo dá errado
A luz da alegria se apaga
E a tristeza está do seu lado
O que fazer agora?
Quando a infelicidade está feita
A incerteza é tanta
E o mundo te rejeita
Só existe uma coisa
Que tu deves fazer
Analisar o que te perturba
E tentar compreender
Que isso que te aflige
Com certeza vai passar
Vai ser enterrado na areia
Ou nas águas fundas do mar
Não que tu vá esquecer
De tudo que passou
Viver novamente a vida
Fingindo que até gostou
Você deve é repudiar
Os males que te proclamam
E buscar força pra isso
Nas pessoas que te amam
Essa força te ajuda
Tudo superar
Pois esse amor é que move a vida
Pra que ela possa ganhar
Ganhar todas as batalhas
Pra você continuar
Vivendo sua vida
Fazendo todos os cálculos
Pra que assim você destrua
Todos os obstáculos

(Álvaro Albuquerque - 28/02/2005)

Comentem, se possível.. =)

segunda-feira, 24 de março de 2008

A Janela

Da janela do quarto observo o mar, iluminado pelo sol que vai surgindo no horizonte. Sol este que simboliza os sentimentos puros que saem daquela água salgada a qual representa todas as lágrimas derramadas antes de qualquer sentimento de conforto e felicidade.
O tempo passa muito rápido e agora observo aquela bola amarela que me arde o corpo e me fere os olhos lá no alto, se escondendo de vez em quando atrás das nuvens. Esse fato me faz pensar que muitas vezes nos achamos incapacitados de sermos felizes enquanto que a felicidade encontra-se escondida atrás de problemas criados em nossas mentes, problemas estes que um simples sopro é o suficiente para saírem do caminho nos mostrando a realidade.
E mais uma vez o tempo passa como uma estrela cadente que em um piscar de olhos some de vista.
O sol vai indo embora, se escondendo mais uma vez e dificultando a passagem da luz que guia minha vida. Mas agora é outra luz que vai surgindo, uma luz fraquinha em uma forma de uma bola pequenina. Esta não possui luz própria, e sim, recebe influência daquela grandiosidade que agora deve estar bem viva em um outro lugar.
A bola pequenina a qual me refiro é a lua. Esta luz modesta representa o sucesso, que necessita de outros sentimentos mais fortes para se firmar, como o Bom-Senso, Bom-Humor, Alegria e Perseverança.
Na imensidão azul, se reflete a imagem da lua onde, em minha ótica, consigo ver as pessoas que me amam de verdade, mas as ondas do mar desfazem as imagens e não consigo ver ninguém... Todos Sumiram e eu fico sem saber o que fazer... Fecho a janela, mas a realidade continua lá fora...Estou no escuro novamente.
Mas nem tudo está perdido, amanhã é outro dia. O sol nasce pra todos e amanhã nascerá pra mim e assim poderei refletir, ouvindo o quebrar das ondas nas pedras, sobre o “porque” das coisas e o caminho para o sucesso...Quero chegar à lua!
(Álvaro Albuquerque 22/09/2004)

* Esse texto eu escrevi nessa data acima ( 22 de Setembro de 2004) quando cheguei atrasado no colégio e tive que esperar para entrar na segunda aula... tava inspirado, sentei no chão e comecei a escrever. lembro como se fosse hoje. Espero que tenham gostado. Comentem, se possível.
Até Mais...

Bem-Vindos

Oi pessoal, resolvi criar esse blog pra poder escrever umas besteiras por aqui, minhas viagens e tal... =P

vou começar colocando umas coisinhas que eu escrevi ha anos atrás em ordem cronológica...se possível, peço que comentem nos textos, para saber se gostaram...

Sejam todos Bem-Vindos!